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ENERGIA SOLAR NO ACAMPAMENTO PÁTRIA LIVRE

Projeto de energia solar no acampamento Pátria Livre

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Painéis solares instalados no acampamento

O Acampamento Pátria Livre, organizado junto ao Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em São Joaquim de Bicas (MG), é uma das várias comunidades atingidas pelo crime da Vale. O acesso a energia é uma grande necessidade no acampamento, principalmente após o rompimento da barragem. Mas atualmente, com a eletrificação da área através de sistemas solares fotovoltaicos, que priorizam a sustentabilidade, esse dilema foi minimizado.

 

A realização do projeto pela Região da Nossa Senhora do Rosário (RENSER) foi possível a partir de uma doação da Fraternidade São Francisco de Assis (FFA), da Diocese de Oeiras, no Piauí, que se identificou com a demanda. Assim nasceu o projeto de energia solar para as áreas coletivas do Acampamento Pátria Livre, o posto de saúde, a secretaria da área, o comércio e a Escola Elisabeth Teixeira. 

 

Além da RENSER e da FFA, a Cáritas MG foi uma instituição que contribuiu diretamente na elaboração do projeto. A Anna Crystina, assessora da organização, relatou que acompanhou desde o diálogo com as lideranças comunitárias, até a finalização dos processos orçamentários. Também foi papel da Cáritas fazer a gestão financeira dos recursos e coordenar a execução junto aos assentados, além de promover um processo de avaliação e construção de passos futuros junto a RENSER para o projeto.

 

Anna também comentou sobre a inovação que foi a implantação do sistema, já que “o projeto de Energia Solar para um acampamento de reforma agrária é uma ação inédita em Minas Gerais”. Ela relatou que acampamentos normalmente sofrem pelas dificuldades de infraestruturas básicas para garantir as condições de vida, algo que o projeto supriu na questão de acesso a energia. 

 

“A implantação de sistema de geração de energia sem depender das estruturas governamentais gera a possibilidade de autonomia da gestão comunitária, além ser um sistema que privilegia a geração de energia de forma sustentável, dialogando com os princípios da Ecologia Integral, da Agroecologia e da Sustentabilidades, pilares prioritários para as instituições e movimentos envolvidos nesse projeto.” declarou Anna Crystina, profissional da Cáritas MG que atuou no projeto.

Segundo Josué de Sá, colaborador na execução do sistema fotovoltaico e morador do acampamento, o projeto foi realmente uma novidade para a comunidade. “A instalação veio para a melhoria da comunidade e supriu a necessidade [desse acesso a energia sustentável] nas áreas coletivas do acampamento, como escola, posto de saúde, cozinha coletiva e etc…” relatou Josué sobre a criação do projeto na comunidade.

 

Assim como Josué, outros moradores da comunidade acompanharam a implantação do projeto e foram cruciais na realização. Entre esses está a Cíntia Ferreira que é líder no acampamento e atuou diretamente com a equipe RENSER e Cáritas MG nos primeiros momentos de discussão e elaboração. Ela participou principalmente da verificação do que seria necessário, questão de compras e gastos, para a viabilização do projeto.

 

Em relação ao impacto social da instalação do sistema, Anna pontuou que ele pode ser medido em curto, médio ou longo prazo. Através do retorno da comunidade ficou claro que o resultado do projeto foi positivo, inovou e garantiu o acesso a energia no acampamento e focou na sustentabilidade. Mas, de acordo com a Anna, o sistema solar também garante energia suficiente para que a comunidade não perca alimentos e medicamentos quando a energia tradicional falta.

 

“Outro impacto é a geração e multiplicação de conhecimento, ou seja, pessoas da própria comunidade foram envolvidas para a implantação do projeto e preparadas para manutenção e cuidado do sistema,  e se necessário, implantar outros sistemas como esse em outras localidades.” Anna comentou.

 

A equipe RENSER espera que a comunidade esteja aproveitando o sistema solar, que já está em funcionamento há cerca de dois meses, e que realmente tenha ajudado as áreas coletivas do acampamento. Como foi dito pela Anna: “Executar ações junto às comunidades é enriquecedor, nos possibilita aprendizados e nos fortalece na certeza que o caminho é a emancipação das pessoas.” Portanto a gratidão também está presente nas instituições que participaram, a intenção de todos é ajudar as comunidades que foram atingidas pelo crime da Vale.

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Painel solar em funcionamento no acampamento

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